Fonte: https://globoesporte.globo.com
Jackie Stewart ainda é figura carimbada no paddock da Fórmula 1, tricampeão mundial, 1969, 1971 e 1973, deixou marcas no mundo do esporte a motor, sendo o pioneiro a comemorar uma vitória estourando champanhe, além de encabeçar a defesa por melhores condições de segurança no automobilismo.
Em breve visita à cidade de São Paulo, nesta sexta-feira, para divulgar uma campanha de consumo consciente de bebida alcoólica, o escocês se mostrou atento às novidades no esporte que o consagrou, e revelou apoio ao uso do Halo como proteção para o cockpit.
- Acho que o Halo é correto. Um remédio preventivo é menos doloroso e caro do que um remédio corretivo. Ayrton faleceu porque algo atingiu sua cabeça, não por outros ferimentos. Mike Spence morreu porque uma roda atingiu sua cabeça em Indianápolis, não havia sequer uma marca em seu corpo. O filho de John Surtees também, não por culpa dele. Então, por que não tentar evitar isso? Para algo que já causou mortes, mesmo que poucas, por que ter outra morte desnecessária?
Grande rival de Emerson Fittipaldi nos anos 70, Stewart tem relação próxima com o Brasil. Em 1979, inclusive, o escocês foi responsável pela única vinda - documentada - do ex-beatle George Harrison ao país, quando trouxe o amigo para assistir ao GP do Brasil daquele ano. Mas além de Fittipaldi, o tricampeão teve um contato bastante intenso com Rubens Barrichello. Chefe da equipe Stewart Grand Prix entre 1997 e 1999, o escocês foi quem escolheu o brasileiro para correr pela escuderia, e até hoje guarda carinho pelo pupilo. Jackie, inclusive, considera injustas as críticas costumeiras feitas por fãs da Fórmula 1 ao piloto recordista de participações na Fórmula 1.
- Eu o escolhi, ele veio no nosso primeiro ano com a Stewart. Nós choramos juntos quando ele me contou da proposta da Ferrari, mas eu falei pare ele ir. Ele não queria deixar a equipe, porque nós o ressuscitamos de um último ano ruim na Jordan. Qualquer um que diga que Rubens Barrichello não foi bom o bastante está errado. O problema para Rubens foi Michael Schumacher na Ferrari, que levou todo o staff da Benetton junto com ele. Ele (Schumacher) tinha um contrato que dizia "não importa o que aconteça, sou o piloto número 1". O grande escândalo foi o GP da Áustria de 2002, aquela era uma corrida para Rubens. O Brasil não ser orgulhoso de Rubens é errado.
Jackie conquistou seu primeiro título na Fórmula 1 em 1969, aos 30 anos de idade, e o último dos três, em 1973, aos 34, aposentando-se no final daquela temporada. Os tempos mudaram, e os pilotos passaram a ingressar na Formula 1 cada vez mais jovens. Max Verstappen, por exemplo, estreou pela STR aos 17 anos de idade em 2015, e venceu sua primeira corrida na categoria aos 18, no GP da Espanha do ano passado. Impressionado pelo desempenho do jovem holandês, Stewart acredita que o piloto da RBR é um talento fora do comum e vê a juventude como um fator a favor do prodígio.
- Max é jovem, ainda um "filhote". Inexperiência traz erros e juventude proporciona inexperiência. Verstappen tem muitos seguidores, não só na Holanda, no mundo tudo. Ele é jovem, excitante, está cometendo erros, mas eu também tive meus erros no primeiro ano de Fórmula 1. Não acho que o problema seja a idade, juventude é uma vantagem, não desvantagem. Experiência é algo que você não pode comprar e algumas pessoas acumulam conhecimento e experiência melhor do que outras. Vez ou outra aparece um talento excepcional, e Max é um deles.
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