25 de novembro de 2011

Envelopamento de veículos cresce no Brasil


Antes raros, os carros “envelopados”, que exibem uma espécie de pintura fosca, já estão virando uma visão comum nas ruas brasileiras. Relativamente barata, a técnica consiste em aplicar um adesivo na carroceria do veículo ou em parte dela.

Surgido nos Estados Unidos, o envelopamento – ou plotagem, como preferem os profissionais do meio - tinha o intuito de proteger a pintura original da lataria, mas acabou caindo nas graças dos amantes de personalização por oferecer um visual mais arrojado e descolado além de permitir mudanças de visual com mais facilidade do que a pintura tradicional. Em pouco tempo, a técnica se expandiu para outros mercados como o europeu e há aproximadamente dois anos chegou ao Brasil.

iG Carros foi conferir como funciona o serviço e quais suas vantagens. Segundo Paulo Surya, dono da empresa Preto Fosco, uma das mais conhecidas do setor, “houve uma crescente demanda por parte dos consumidores, que procuram o serviço mais por questão de design”. No começo eram envelopadas poucas unidades e o veículo mais comum era a picape L200, da Mitsubishi. Hoje são “encapados” em média 90 carros por mês nas quatro lojas da rede, sendo que os carros da marca Hyundai, sobretudo o hatch i30 e o novo Veloster, são os que mais aderem à moda.

Há pouco tempo começaram a surgir clientes que optaram por outras cores como o branco e também adesivos que imitam texturas como a fibra de carbono. Nesse caso, muitos donos preferem adesivar apenas o capô e o teto do veículo, por exemplo.

“No exterior, a tendência é envelopar o carro contrastando dois tons de adesivos, por exemplo, preto na parte superior e branco na inferior”, diz Marcelo Sousa, da empresa Plásticos Alko, primeira fornecedora brasileira de películas para plotagem. “Algumas montadoras no Brasil, inclusive, já nos procuraram pensando em disponibilizar esse acabamento em versões especiais de seus carros”, completa.

O processo de aplicação é simples. Antes de tudo o carro tem que ser lavado com água e sabão neutro, depois a área que receberá o aplique precisa ser medida e o próximo passo é parecido com um encapamento de um caderno: coloca-se a película polimérica por cima do carro e um profissional usa uma espátula apropriada para aplicá-la aos poucos.

Após “esticar” o adesivo, usa-se um secador para fixá-lo na lataria. Uma aplicação completa pode levar de dois e quatro dias para ficar pronta e o valor pode variar entre R$ 800 a R$ 5 mil, dependendo do tipo de veículo.

Além disso, pudemos comprovar que a película realmente consegue evitar danos à pintura. Durante a demonstração da Preto Fosco, uma parte da estrutura do estande da empresa na feira X-Treme caiu sobre o capô do Pajero que estava sendo adesivado. A peça arranhou o adesivo, mas a lataria do veículo ficou intacta.

Um dos temores comuns de quem pensa em aderir ao envelopamento é o risco de estragar a pintura após retirar o adesivo – que tem vida útil de dois anos. “Se a pintura for original de fábrica não há com que se preocupar”, garante Surya.

Já no caso do envelopamento parcial do carro, a história é outra. “Como a parte descoberta ficará exposta ao sol é normal que a pintura fique com um tom diferente”, explica Sousa.

Outra coisa importante é referente à qualidade dos adesivos. Segundo o diretor comercial da Alko, há no mercado algumas marcas de má qualidade que causam problemas na hora de remover a película ou que podem danificar a pintura. “Preferimos a marca Mactac, importada da Bélgica”, diz Vinícius Martins, funcionário da loja Status Envelopamento. A Preto Fosco também usa a Mactac e também o material produzido pela gigante 3M.

Nunca é demais lembrar que a aplicação de película deve obedecer a cor original do carro, caso contrário você poderá ser multado em R$ 127,69 além de perder cinco pontos na carteira de habilitação. Para quem pretende usar outra cor será necessário dar entrada no Detran de sua cidade para alterar o documento, desde que a aplicação cubra mais de 50% da carroceria.


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