Fonte: http://odia.ig.com.br/
Os marinheiros embarcados no porta-aviões São Paulo na Baía de Guanabara denunciam que seguem proibidos de usar o celular. A edição do DIA desta sexta-feira mostrou com exclusividade que o navio apresentou um vazamento de óleo no mar, além de problemas na caldeira que resultaram em queimaduras de três marinheiros. Eles denunciam que há risco de explosão.
Uma imagem obtida pelo DIA mostra quando os militares retiraram as boias de contenção do vazamento de óleo do navio. Familiares seguem preocupados e sem comunicação. "Desde ontem tento ligar para ele, mas o celular está na caixa postal. Ele reclamava que o calor era intenso e a falta de ventilação fazia com que eles tivessem que dormir fora do alojamento", contou a mulher de um marinheiro.
Cerca de mil militares, entre soldados, cabos, sargentos e oficiais, estão embarcados sob o comando do contra-almirante José Renato de Oliveira. Segundo os marinheiros, o oficial se recusa a encerrar o exercício apesar do perigo oferecido à tripulação. Após o contato da reportagem com a Marinha nesta quinta-feira, o comando teria proibido o uso do celular pessoal, segundo denúncias.
Os embarcados não quiseram se identificar com medo de represálias, e informaram que desde terça-feira o navio também apresenta um problema em um dos dois refeitórios que servem a cabos e marinheiros — logo o que alimenta a maior parte da tropa. A água do mar estaria entrando no local, que estaria interditado. Além disso, alguns marinheiros estão passando mal com as altas temperaturas da cidade e a ausência de ar-condicionado.
A previsão inicial era de que o exercício terminasse na sexta-feira, mas o comando teria avisado à tropa ontem de que não há mais previsão de término, o que preocupa os parentes dos tripulantes.“Estamos muito apreensivos com toda essa situação”, contou um familiar que não quis se identificar.
O porta-aviões é a única embarcação do seu tipo no Hemisfério Sul e um dos 20 do seu modelo em atividade no mundo. A atividade desempenhada é tão específica, que só nove países operam navios semelhantes. Mas o equipamento no Brasil sofre com a infraestrutura. Foi comprado já usado da França em 2000.
Procurada, a Marinha admitiu que ocorreu um “pequeno derramamento de óleo a partir de uma tubulação” e que foram colocadas barreiras de contenção, em torno do navio. O plano de emergência foi acionado para o recolhimento do resíduo despejado. Sobre os militares feridos na caldeira, eles já foram medicados e liberados, disse a Marinha.
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