2 de janeiro de 2014

Os Caças Mirage 2000 do Brasil foram desativados.

Fonte parcial: http://g1.globo.com

,O ano de 2014 começa com uma nova aeronave de combate defendendo a Esplanada dos Ministérios e o Palácio do Planalto. Desde a aposentadoria do caça Mirage 2000, um F-5 assumiu a prontidão na Base Aérea de Anápolis, em Goiás, com a missão de interceptar e até abater qualquer avião suspeito que ameace o espaço aéreo na região central do país.
 

Fabricado pela norte-american Northrop  e tendo sido usado na guerra do Vietnã (1955-1975), o F-5 começou a ser comprado pelo Brasil na década de 70 como um caça tático e passou por um processo de modernização nos últimos anos na Embraer, recebendo novos sistemas de radares e nova tecnologia de aviação.
O Brasil possui 57 unidades de F-5, distribuídos em Manaus (AM), Rio de Janeiro e Canoas (RS). Um dos F-5 foi deslocado no dia 31 do Rio Grande do Sul para Anápolis, recebendo armas e munições assim que o Mirage número 4948 decolou para o museu da Aeronáutica no Rio de Janeiro, às 10h42, deixando assim de fazer parte da proteção do país.


“A noite do réveillon e o primeiro dia de proteção aqui foram tranquilos. Não fomos acionados nenhuma vez”, diz o tenente-coronel  Carlos Afonso, de 42 anos, que comanda o esquadrão de F-5 da FAB em Canoas e que foi pessoalmente para Anápolis para assumir a responsabilidade no primeiro dia de ação do caça para defender Brasília.

“O F-5 tem uma velocidade operacional inferior em relação ao Mirage. Mas a missão vai ser cumprida da mesma maneira. Garantimos a defesa”, afirma Afonso. Ele é o piloto que está de prontidão nesta quarta-feira (1º).



No fim da década de 90, a Força Aérea Brasileira criou o projeto FX, que consistia na escolha de um novo caça que substituísse os Mirage IIIE, baseados em Anápolis. Foram então pré-selecionados os seguintes modelos: Lockheed Martin F-16 C/DJAS-39 Gripen A/BMIG 29Sukhoi Su-27Eurofighter 2000 e o Mirage 2000-5.

A Embraer apoiou o Mirage 2000-5, projetando em conjunto com a Dassault Aviation, uma versão que atendesse aos requisitos da Força Aérea Brasileira, batizada de Mirage 2000Br.

A aeronave foi oferecida através de um consórcio da Embraer com a Dassault.

Devido à demora da decisão na concorrência da Índia, a Dassault anunciou o fechamento da linha de produção do Mirage 2000. Com o novo programa aberto com o nome de FX-2 para a compra inicial de 36 caças, o concorrente francês passou a ser o Rafale F3.
Com essa mudança em 2006 o governo decidiu comprar 12 caças Mirage 2000, (sendo 10 da versão C, interceptador) e (02 da versão B, de treinamento com dois assentos) todos usados da França, a fim de dar uma solução provisória ao problema de defasagem aérea brasileira enquanto o FX-2 não era concluido.

Pelo acordo de 80 milhões de euros, a França forneceu 12 aviões de caça que se encontram operando na AdA, além de peças, armamentos, treinamento e serviços. Todas as aeronaves passaram por uma grande revisão antes da entrega. Todas as 12 aeronaves foram entregues entre 2005 e 2008. O contrato de manutenção se encerrar em dezembro de 2013 quando todas as aeronaves deverão deixar o serviço.

O modelo que fez o último voo no dia 31 tinha 6.100 horas de voo.

Ao contrário do F-5, que atinge até 1,9 vez a velocidade do som, o Mirage atinge até 2,2 vezes a velocidade do som. Enquanto o Mirage chegaria a Brasília em 5 minutos, partindo de Anápolis, o F-5 demora cerca de 7 minutos.

 Os F-5 ficarão em Anápolis até que comecem a chegar os Gripen N/G, o caça sueco escolhido pela presidente Dilma Rousseff como a nova aeronave de combate da Aeronáutica. Serão compradas 36 unidades por US$ 4,5 bilhões. A ideia da Aeronáutica é pegar emprestado com a Suécia 12 aviões Gripen de uma versão anterior a que ainda será fabricada, que podem chegar já em 2015.

Segundo o coronel Afonso, foi solucionado o problema que havia em algumas unidades de F-5 da FAB e provocava a queda do canopi (a capa que protege o cockpit, onde o piloto fica). “Foi um caso pontual, de ajuste. Já foi sanado e não tivemos mais problemas”, afirma ele.

A Aeronáutica possuía 12 Mirages, que deveriam ter sido aposentados já em 2011 devido à situação de sucateamento e à falta de armamento. Para estender a vida útil até o ano passado, 6 deles foram “decepados”  (tiveram peças tiradas) para que os outros 6 continuassem operando. Em Anápolis, no dia 31, apenas 5 ainda “existiam”. Um deles foi para o museu da FAB. Os outros quatro ainda aguardam destinação no hangar.

4 caças Mirage ainda aguardam destinação em Anápolis (Foto: Tahiane Stochero/G1)4 caças Mirage, que deixaram de ser utilizados pelo Brasil dia 31, ainda aguardam destinação em Anápolis. Eles poderão ter peças aproveitadas (Foto: Tahiane Stochero/G1)
“Ainda não sabemos o que será feito deles. Será conversado com a França, que é a fabricante. Algumas peças poderão ser reutilizadas”, afirma o coronel Sérgio Bastos, comandante da base aérea de Anápolis. Segundo a FAB, não há previsão de que os aviões sejam revendidos.

O capitão Augusto Ramalho, de 33 anos, fez no dia 31 a última hora de voo do Mirage, do avião que desde 2006 protegia o espaço aéreo do país, em especial, as fronteiras da Amazônia, do Centro Oeste e do o Planalto.  Ele partiu às 10h42 para o Rio. Para ele, foi o voo mais difícil da vida. "Realmente, foi muito difícil. Não devido ao voo em si, que foi tranquilo. Mas pela emoção. Por ser o último, ficamos todos tocados”, desabafou.

O sargento Edmar Divino de Souza fez a remoção dos últimos cartuchos de munição do Mirage 4948 antes da decolagem para o museu no Rio de Janeiro. “É um ciclo que se encerra. Estou há 12 anos trabalhando aqui, o Mirage já faz parte da nossa família. Agora começa um novo ano, novos aprendizados serão necessários para a nova aeronave”, diz ele

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