Fonte: http://grandepremio.uol.com.br
Em 1992 o brasileiro aceitou o convite de Paul Menard e foi tentar a sorte nas 500 Milhas de Indianápolis daquele ano. Piquet não passou dos treinos livres.
Guiando o seu Lola-Buick, Nelson não teve muitos problemas para ser aprovado no programa de orientação dos novatos, cumprindo todos os estágios do teste, mas sua trajetória na edição da Indy 500 daquele ano não durou muito mais que aquilo.
Durante os treinos livres de 7 de maio, Piquet sofreu o maior acidente de sua carreira. Foi uma pancada horrorosa. O carioca perdeu o controle do carro entre as curvas 3 e 4 e bateu com muita força, acima dos 340 km/h, de frente no muro. Sem Hans, a cabeça do piloto balançou bastante, mas, por incrível que pareça, Piquet não teve a cervical afetada.
As lesões que Nelson teve foram incontáveis. Além de algumas mais leves em pulsos, cotovelos e mãos, fraturou pé e tornozelo esquerdos, o joelho direito, além de perder um pedaço de um dedo do pé direito.
Ainda no estágio inicial de sua recuperação e logo depois de passar por uma série de cirurgias ainda em Indianápolis, Piquet concedeu uma entrevista do seu quarto de hospital para Reginaldo Leme, da TV Globo. O brasileiro enumerou suas lesões, mas em momento algum perdeu o bom humor, brincando até com a perda de um pedaço do dedo.
"No pé direito sofri algumas fraturas, mas todas em ossos grandes, fáceis de se recuperar. Perdi ainda a pontinha de um dedo, mas isso não é um problema, fica mais fácil de cortar a unha depois. No pé esquerdo a coisa foi um pouco pior, sofri diversas fraturas, estou cheio de pinos e parafusos. Tirando os dedos, quebrei todo o resto", disse.
"Eu tenho diminuído a quantidade de remédios que tomo para sentir menos dor, mas não dá para parar completamente. Se eu não tomar os remédios, pelo menos, nos próximos dois meses, eu morro de dor", seguiu.
O carioca confessou a Reginaldo que já estava de certa forma prevendo uma grande pancada e chegou a dizer até que já tinha feito um seguro contra acidentes.
"Antes de vir para cá, eu já estava com muito medo de sofrer um acidente. As pessoas tentavam me dizer que não ia acontecer nada, mas eu sabia que poderia bater. Então, antes de vir treinar, fiz um belo seguro contra acidentes. Já estava esperando que acontecesse alguma coisa", admitiu.
Agora, uma coisa que não mudou foi a relação de Piquet com o automobilismo. Um ano depois, em 1993, lá estava novamente o brasileiro em Indianápolis. Ainda de muletas, com o mesmo Lola-Buick, daquela vez conseguiu se classificar, mas seu motor quebrou ainda no começo da corrida e o obrigou a abandonar.
Depois disso, Piquet diminuiu bastante suas aparições nas pistas. Em 1996 e 1997, disputou as 24 Horas de Le Mans, chegando na oitava posição na primeira tentativa de BMW ao lado do venezuelano Johnny Cecotto e do americano Danny Sullivan.
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