6 de fevereiro de 2016

Com belo samba, Unidos do Viradouro brigar forte pelo título do Grupo A de 2016, após ter sofrido injusto rebaixamento em 2015.

Fonte:  http://www.sidneyrezende.com/

A Viradouro, quinta escola a desfilar na Marquês de Sapucaí na noite desta sexta-feira (5) pela Série A do Rio, contou com muita alegria a história do homem afrodescendente que teria vivido na mesma época que Jesus Cristo e que retornara para pedir paz ao mundo: "O Alabê de Jerusalém, a saga de Ogundana" foi o tema, desenvolvido pelo carnavalesco Max Lopes, baseado numa obra de Altay Veloso.

A comissão de frente, coreografada pela dupla Sílvio Lengruber e Fernanda Misailidis, trouxe 15 componentes representando Oxum, Xangô e Alabê, além de seus guardiões. Eles usaram e abusaram da teatralização e encantaram o público com a performance e a mensagem de paz.

Marquinhos e Giovanna, que formam o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, também foram destaques no desfile da vermelha e branca de Niterói. Com bailado perfeito e entrosamento entre os passos, conquistou os aplausos das arquibancadas e dos blogueiros doSRZD-Carnaval.

O abre-alas, acoplado e com cerca de 50m de comprimento, trouxe o período vivido por Ogundana, antes de ir para Jerusalém. Em conversa com o SRZD-Carnaval, o carnavalesco Max Lopes afirmou que o primeiro carro quis passar essa ideia, um momento de sofrimento vivido pelo homenageado. Acoplada e em tom amarelo, a alegoria teve iluminação especial. Na segunda parte, o Alabê veio batendo tambor, outra sensação que contagiou o público.

A terceira alegoria também abusou da iluminação e causou mais um grande impacto. O momento mais bonito, porém, ficou reservado ao último carro. Todo em branco e prata, o elemento repercutiu uma mensagem de paz e união de raças e religiões. No centro, o globo terrestre veio cercado por mãos, em um pedido de paz.

A Viradouro fez um bom desfile, o samba funcionou muito bem com a escola, os componentes cantaram com muita garra, na bossa da bateria de mestre Paulinho Botelho e seus ritmistas, e fantasias muito bem acabadas.

Cantor Zé Paulo Sierra, o mito, repete sua boa interpretação e emociona foliões
O intérprete Zé Paulo Sierra mais uma vez deu um show de apresentação. Mas o que não ajudou muito a passagem da Viradouro foram algumas falhas de som. Em alguns momentos, houve variação no tom das vozes do carro de som, fato que denotou, de forma muito clara, que o problema foi de ordem técnica.

Unidos do Viradouro 2016
(Paulo César Feital, Zé Gloria, Felipe Filósofo, Maria Preta e Fabio Borges William. Participação Especial: Zé Augusto e Bertolo)
Kawó Kabiesilé Xangô
Ora Yê Yê, Mamãe Oxum do ouro
São João Batista que me batizou
É o protetor da minha Viradouro (bis)

Viradouro no couro do tambor
Pediu a Oxum e Xangô (Ora Yê, Yê, Kawô)
E a Olodumaré, no Ifé
Que o africano caminheiro
Desça em solo brasileiro
Pra falar da Luz de Nazaré
O porta-voz da harmonia e da paz
O mensageiro dos Orixás
Enfim, já baixou na aldeia
Que Aparecida clareia
Com a benção do Cristo Redentor
E a Sapucaí incendeia
Na chama da sua candeia... Incorporou

Meu nome é Alabê de Jerusalém
Voltei a Terra pra matar saudade
Vim falar de amor
De tolerância e igualdade (bis)

Cruzei Egito, Roma e Judeia
Amei Judith, a flor de Cesareia
O Rei dos reis que conheci se espanta
E chora com essa guerra santa
Que sangra esse planeta azul
Óh meu Brasil
Cuidado com a intolerância
Tu és a pátria da esperança
À luz do Cruzeiro do Sul
Um país que tem coroa assim tão forte
Não pode abusar da sorte
Que lhe dedicou Olorum
Foto: SRZD-Rodrigo Trindade
Foto: SRZD-Rodrigo Trindade
Foto: SRZD-Hellen Manhães
Por Marcello Muniz: Como Mangueirense fico muito triste, pois nos últimos anos vejo que a Estação Primeira, infelizmente, tem feito algumas escolhas erradas, e vem perdendo alguns integrantes de grande valor como Zé Paulo Sierra, já há dois anos na Viradouro e que seria muito importante com a ausência de Luizito, assim como Marcella Alves, Estandarte de Ouro em 2013, que vai para o terceiro carnaval no seu regresso ao Salgueiro.

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