Fonte: http://grandepremio.uol.com.br/
A Mercedes, com uma base que se tornou extremamente vencedora ao longo dos últimos dois anos, não precisa tentar se reinventar temporada após temporada – qual a necessidade de mexer em time que está ganhando? E parece que esta filosofia foi empregada no W07, novo carro alemão, lançado oficialmente neste domingo (21): a escuderia optou por desenvolver um bólido muito semelhante ao W06, sem arriscar muito para seguir controlando a F1.
Para não dizer que absolutamente nada mudou, notam-se duas pequenas alterações. Primeiro, o bico do carro ganhou um formato um pouco diferente – mas ainda muito semelhante ao de 2015. O W07 também está mais estreito, graças ao menor tamanho dos sidepods. Outro aspecto interessante é a entrada de ar superior, nitidamente distinta do modelo antigo. Fora isso, é uma cópia quase perfeita do W06.
A pintura do carro também não mudou em quase nada. O carro segue tendo o prata como destaque, com detalhes em verde, remetendo ao patrocínio da Petronas. A diferença é que a traseira do carro ficou mais escura, com a asa traseira predominantemente preta.
A abordagem é claramente diferente, por exemplo, da escolhida pela Ferrari. A escuderia italiana reinventou a asa dianteira de seu carro e mudou as dimensões para o SF16-H. Tudo para bater a Mercedes, claramente o objetivo italiano em 2016. A cúpula de Maranello já deixou claro que fará de tudo para não aumentar ainda mais o jejum de títulos.
Paddy Lowe, diretor-técnico e grande responsável pelo projeto do novo carro, explicou seus objetivos com o W07. “Depois de uma temporada altamente bem-sucedida em todas as áreas em 2015, nossa prioridade foi identificar em quais aspectos nós tínhamos fraquezas e tentar melhorar isso. Nosso objetivo é a excelência em todas as áreas e, embora tenhamos conquistado resultados fantásticos no ano passado, há muitas áreas que nós podemos torna-las muito melhores."
"Esse é o tipo de filosofia que nós implantamos em toda a organização. Tivemos algumas corridas em que as coisas não correram como o planejado em 2015 — especialmente Cingapura —, então há muitas coisas que nós precisávamos melhorar para 2016. Nós estamos buscando otimizar absolutamente tudo”, disse o engenheiro.
“O carro pode ser muito parecido com o seu antecessor do lado de fora, como é inerente dentro dos regulamentos estáveis. No entanto, há muitas mini revoluções que compõem uma evolução global para a nova temporada”, continuou Lowe. “2016 é um ano de transição do ponto de vista do regulamento, de modo que potenciais ganhos inevitavelmente se tornam mais difíceis de se encontrar em tais circunstâncias”, explicou o britânico.
Outro grande trunfo da Mercedes para manter a soberania na F1 está no seu motor, o melhor da categoria desde a adoção da nova ‘Era Turbo’, em 2014. Responsável pelas complexas unidades de potência da marca alemã, Andy Cowell afirmou que a equipe vem lutando para conseguir evoluir ainda mais seu propulsor, batizado de Mercedes-Benz PU106C.
“É preciso perseguir a eficiência para tirar o máximo de desempenho dessa nova geração das unidades de potência. E isso diz respeito tanto à eficiência de combustão e eficiência nas várias etapas de transição de energia. Ou seja: MGU-H, MGU-K, turbocompressor, eletrônica de potência e as baterias”, comentou.
“Estamos trabalhando constantemente em cada peça do quebra-cabeça para melhorar o desempenho e, ao mesmo tempo, procurar garantir que não vamos sofrer nenhum dos problemas que tivemos no ano passado com confiabilidade. Então, tudo diz respeito sobre como identificar a causa-raiz dos problemas e garantir que tudo é robusto ao longo de todo o processo, de forma a extrair o máximo de desempenho”, disse Cowell. A Mercedes, além da própria equipe de fábrica, vai fornecer seus motores em 2016 para Williams, Force India e Manor.
Na Mercedes, a ordem é seguir fazendo o trabalho dos últimos dois anos. Tanto em 2014 quanto 2015, a escuderia venceu 16 das 19 provas do ano, sendo superada apenas por sucessos esporádicos de Daniel Ricciardo e Sebastian Vettel. E olha que, segundo Lewis Hamilton, os bicampeões ainda não estão dando 100% do seu melhor.
Apresentada a nova flecha de prata, o foco passa a ser nos testes de pré-temporada, que já começam nessa segunda em Barcelona. O primeiro GP de 2016 será o da Austrália, em Melbourne, no dia 20 de março.
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