Fonte: http://g1.globo.com/
Dois shoppings, um muro e muita discórdia. O fechamento da passagem que permitia a circulação de pedestres entre o Città América e o Downtown, centros comerciais vizinhos na Barra da Tijuca, Zona Oeste, está causando muita controvérsia. A construção do muro, que fechou definitivamente o acesso no último dia 8, foi uma decisão unilateral do shopping Città América.
Desde então, muito se falou sobre o muro, mas uma coisa é unanimidade entre consumidores, lojistas e quem trabalha nos locais: ninguém gostou da novidade. Sem poder cortar caminho, quem precisa fazer alguma coisa do outro lado precisa dar uma volta muito mais longa pela Avenida das Américas.
"Antes eu levava cinco minutos para chegar lá, agora levo 20. Aqui no Città, não temos banco nem farmácia. Então, agora, se precisar comprar um remédio ou for fazer um depósito, precisa sair daqui com dinheiro e andar pela rua. Para chegar do outro lado, ficou muito mais perigoso", afirma Cláudia Roberta, de 32 anos, que trabalha na ótica Corpo Ótico, que fica do lado do Città América do muro.
A passagem, que funcionava em comum acordo desde 2003, foi fechada por motivos de segurança, de acordo com o Città América, de quem partiu a decisão.
"Visando oferecer mais segurança aos seus clientes, condôminos e funcionários, (o shopping) concluiu no último dia 8 de fevereiro de 2016 as obras do muro de proteção do entorno, que foram iniciadas em 2015. A medida faz parte do projeto de segurança do empreendimento, que recentemente finalizou a instalação de um sistema de monitoramento com mais de 800 câmeras", informou a assessoria de imprensa do Città.
Os lojistas, no entanto, reclamam da decisão. "Tenho loja aqui há três anos e já fui furtada quatro vezes. A passagem não era o problema, ninguém que furta uma loja vai passear em outro shopping, quem furta, vai pra rua, sai pela Avenida das Américas, é claro", afirma a lojista Deise Carvalho.
Ela afirma ainda que a mudança impactou nas vendas. "Todo mundo reclamou quando foi avisado e não adiantou nada. Fecharam e acabou. O impacto nas vendas tem sido péssimo. Antigamente, vendia bem das 19h às 20h, agora a loja fica às moscas nesse horário", diz.
Assim como vários outros lojistas do Città, Deise colou um adesivo em sua vitrine onde se lê "Direito de ir e vir – contra o fechamento da passagem".
Do outro lado da cerca, o Downtown informou que também lamenta a decisão. "A ideia sempre foi proporcionar um conforto maior para os clientes que circulam entre os dois complexos, já que um fica colado no outro", disse o shopping em nota.
"A convivência sempre foi saudável entre os ‘vizinhos’. O Downtown lamenta a decisão, pois entende que o cliente tem o direito de ir e vir, bem como tem a liberdade de escolha.", afirma o texto. Por enquanto, o que resta é dar a volta.
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