3 de julho de 2009

Equipes do SAMU e dos bombeiros discutem mais de 20 minutos e bebê morre em Belo Horizonte

A menor teve uma crise de asma e em desespero, a mãe da criança pediu socorro ao SAMU e ao Corpo de Bombeiros, como as equipes chegaram praticamente juntas, aquela pensou que sua filha estava salva, ledo engano. Os enfermeiros do SAMU queriam que a mãe esperasse uma outra ambulância, com melhores equipamentos e os Bombeiros queriam levar a criança para um posto de saúde, deu-se a confusão, e os soldados da força militar deram voz de prisão para a equipe do SAMU, mas ninguém salvou a vida da pobre criança.

Estamos diante de um verdadeiro absurdo ocorrido em Belo Horizonte/MG, onde um bebê de apenas oito meses morreu, depois que equipes de resgates do Corpo e Bombeiros e do SAMU ficaram discutindo por 23 minutos, para saber quem iria atender a criança. Tal fato é o retrato do descaso dos profissionais do serviço público com o atendimento aos cidadãos, pois se um grupo não quis fazer o transporte da vítima ao hospital, por qualquer motivo, seria lógico que o outro fizesse, para prestar o devido socorro a quem estava na iminência de falecer, o que infelizmente acabou ocorrendo.

É o retrato da guerra de vaidades que existe entre diversos níveis do serviço publico, como por exemplo entre o Judiciário Federal e Estadual, entre PM, Policia Civil e Guarda Municipal, e que agora chega aos Bombeiros e SAMU.
Por Marcello Muniz.

Abaixo a notícia:
"Bombeiros deram voz de prisão à equipe do Samu por omissão de socorro

Um desentendimento entre equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e do Corpo de Bombeiros, durante um atendimento prestado a um bebê de oito meses no bairro Vila Pinho, região do Barreiro, (Cobom) terminou em prisão e em morte na noite de ontem.

De acordo com a versão dos fatos dada pelo Corpo de Bombeiros, a equipe do Samu recebeu voz de prisão, após ter descumprido uma ordem de atendimento à criança dada por eles.Conforme o Corpo de Bombeiros, familiares do bebê de oito meses acionaram ao mesmo tempo o Samu e o Resgate dos Bombeiros para socorrerem a vítima, que apresentava sinais de parada cardíaca.

As equipes chegaram praticamente no mesmo horário ao local, porém, dois técnicos de enfermagem do Samu prestaram o primeiro atendimento ao bebê no local.

Ao perceberem que o estado de saúde da vítima era grave, os bombeiros que estavam no local solicitaram que o Samu levasse a criança para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da região.

Os funcionários do serviço móvel de atendimento teriam se recusado a atender ao pedido dos bombeiros, alegando que a ‘central’ não havia autorizado o deslocamento da criança até a unidade de saúde e que, por isso, não o fariam.

Diante da resposta, os bombeiros deram voz de prisão aos funcionários do Samu, já que teria sido caracterizada omissão de socorro.

Ainda conforme a versão dos fatos dada pelo Corpo de Bombeiros, o bebê acabou morrendo, o que causou a revolta dos familiares. O corpo da criança seria encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte.

A reportagem tentou vários contatos com o Samu e com a Secretaria Municipal de Saúde para obter informações sobre o caso. Porém, até o fechamento desta edição, ninguém havia sido localizado para falar do assunto.

A ocorrência seria encerrada na noite de ontem na 36ª Delegacia de Polícia no Barreiro."

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